Gedicht
Luís Vaz de Camões
Oh how long, year after year . . .
Oh how long, year after year,my weary journey has kept on going!
How short a space until my brief
and useless human rambling ends!
Time wastes away and my ruin increases;
a remedy I used to have is gone.
If we can judge from past experience,
every large hope is a grand illusion.
I chase some good that can’t be had:
when halfway there, I’ve lost the trail;
falling a thousand times, I despair.
It flees, I lag; and if, in my lagging,
I look up to see if it’s still there,
it’s lost from sight and lost from hope.
© Translation: 2006, Richard Zenith
Oh how long, year after year . . .
Oh! como se me alonga, de ano em ano,
a peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
perde-se-me um remédio, que inda tinha;
se por experiência se adivinha,
qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
no meio do caminho me falece,
mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,
se os olhos ergo a ver se inda parece,
da vista se me perde e da esperança.
a peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
perde-se-me um remédio, que inda tinha;
se por experiência se adivinha,
qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
no meio do caminho me falece,
mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,
se os olhos ergo a ver se inda parece,
da vista se me perde e da esperança.
© 1595, Luís Vaz de Camões
From: Rimas
Publisher: Almedina, Coímbra
From: Rimas
Publisher: Almedina, Coímbra
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Oh how long, year after year . . .
Oh! como se me alonga, de ano em ano,a peregrinação cansada minha!
Como se encurta, e como ao fim caminha
este meu breve e vão discurso humano!
Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
perde-se-me um remédio, que inda tinha;
se por experiência se adivinha,
qualquer grande esperança é grande engano.
Corro após este bem que não se alcança;
no meio do caminho me falece,
mil vezes caio, e perco a confiança.
Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,
se os olhos ergo a ver se inda parece,
da vista se me perde e da esperança.
From: Rimas
Oh how long, year after year . . .
Oh how long, year after year,my weary journey has kept on going!
How short a space until my brief
and useless human rambling ends!
Time wastes away and my ruin increases;
a remedy I used to have is gone.
If we can judge from past experience,
every large hope is a grand illusion.
I chase some good that can’t be had:
when halfway there, I’ve lost the trail;
falling a thousand times, I despair.
It flees, I lag; and if, in my lagging,
I look up to see if it’s still there,
it’s lost from sight and lost from hope.
© 2006, Richard Zenith
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