Gedicht
Luís Vaz de Camões
Love is a fire that burns unseen . . .
Love is a fire that burns unseen,a wound that aches yet isn’t felt,
an always discontent contentment,
a pain that rages without hurting,
a longing for nothing but to long,
a loneliness in the midst of people,
a never feeling pleased when pleased,
a passion that gains when lost in thought.
It’s being enslaved of your own free will;
it’s counting your defeat a victory;
it’s staying loyal to your killer.
But if it’s so self-contradictory,
how can Love, when Love chooses,
bring human hearts into sympathy?
© Translation: 2006, Richard Zenith
Love is a fire that burns unseen . . .
Amor é um fogo que arde sem se ver,
é ferida que doi, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
é ferida que doi, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
© 1598, Luís Vaz de Camões
From: Rimas
Publisher: Almedina, Coímbra
From: Rimas
Publisher: Almedina, Coímbra
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Love is a fire that burns unseen . . .
Amor é um fogo que arde sem se ver,é ferida que doi, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.
É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.
É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.
Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor?
From: Rimas
Love is a fire that burns unseen . . .
Love is a fire that burns unseen,a wound that aches yet isn’t felt,
an always discontent contentment,
a pain that rages without hurting,
a longing for nothing but to long,
a loneliness in the midst of people,
a never feeling pleased when pleased,
a passion that gains when lost in thought.
It’s being enslaved of your own free will;
it’s counting your defeat a victory;
it’s staying loyal to your killer.
But if it’s so self-contradictory,
how can Love, when Love chooses,
bring human hearts into sympathy?
© 2006, Richard Zenith
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