Gedicht
Sophia de Mello Breyner Andresen
Portrait of an Unknown Princess
For her to have such a slender neckFor her wrists to bend like flower stems
For her eyes to be so clear and direct
Her back so straight
Her head so high
With such a natural glow on her forehead
It took successive generations of slaves
With stooping bodies and patient rough hands
Serving successive generations of princes
Still a bit coarse still a bit crude
Cruel greedy and conniving
It took an enormous squandering of life
For her to be
That lonely exiled aimless perfection
© Translation: 2004, Richard Zenith
Retrato de uma princesa desconhecida
Retrato de uma princesa desconhecida
Para que ela tivesse um pescoço tão finoPara que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
© 1991, Sophia de Mello Breyner
From: Obra Poética III
Publisher: Caminho, Lisboa
From: Obra Poética III
Publisher: Caminho, Lisboa
Gedichten
Gedichten van Sophia de Mello Breyner Andresen
Close
Retrato de uma princesa desconhecida
Para que ela tivesse um pescoço tão finoPara que os seus pulsos tivessem um quebrar de caule
Para que os seus olhos fossem tão frontais e limpos
Para que a sua espinha fosse tão direita
E ela usasse a cabeça tão erguida
Com uma tão simples claridade sobre a testa
Foram necessárias sucessivas gerações de escravos
De corpo dobrado e grossas mãos pacientes
Servindo sucessivas gerações de príncipes
Ainda um pouco toscos e grosseiros
Ávidos cruéis e fraudulentos
Foi um imenso desperdiçar de gente
Para que ela fosse aquela perfeição
Solitária exilada sem destino
From: Obra Poética III
Portrait of an Unknown Princess
For her to have such a slender neckFor her wrists to bend like flower stems
For her eyes to be so clear and direct
Her back so straight
Her head so high
With such a natural glow on her forehead
It took successive generations of slaves
With stooping bodies and patient rough hands
Serving successive generations of princes
Still a bit coarse still a bit crude
Cruel greedy and conniving
It took an enormous squandering of life
For her to be
That lonely exiled aimless perfection
© 2004, Richard Zenith
Sponsors
Partners
LantarenVenster – Verhalenhuis Belvédère