Gedicht
Daniel Faria
I walk a little above the ground
I walk a little above the groundIn that place where birds
Are usually hit.
A little above the birds
In the place where they usually lean forward
To take flight
I fear dead weight
Because it is a scattered nest
I am slightly above what dies
On that slope where the word is like bread
A little in the palm of the hand that breaks it
And like the silence that attends my writing I do not separate
I walk lightly above what I say
And I pour blood into my words
I walk a little above the poem’s transfusion
I walk humbly through the word’s outskirts
A passer-by one invisible step above earth
In that place of trees with fruit and trees
Engulfed by fire
I’m a little inside what burns
Slowly dwindling and feeling thirsty
Because I walk above power to satiate whoever lives
And I squeeze my heart out for what descends on me
And drinks
© Translation: 2004, Richard Zenith
I walk a little above the ground
Ando um pouco acima do chão
Nesse lugar onde costumam ser atingidos
Os pássaros
Um pouco acima dos pássaros
No lugar onde costumam inclinar-se
Para o voo
Tenho medo do peso morto
Porque é um ninho desfeito
Estou ligeiramente acima do que morre
Nessa encosta onde a palavra é como pão
Um pouco na palma da mão que divide
E não separo como o silêncio em meio do que escrevo
Ando ligeiro acima do que digo
E verto o sangue para dentro das palavras
Ando um pouco acima da transfusão do poema
Ando humildemente nos arredores do verbo
Passageiro num degrau invisível sobre a terra
Nesse lugar das árvores com fruto e das árvores
No meio de incêndios
Estou um pouco no interior do que arde
Apagando-me devagar e tendo sede
Porque ando acima da força a saciar quem vive
E esmago o coração para o que desce sobre mim
E bebe
Nesse lugar onde costumam ser atingidos
Os pássaros
Um pouco acima dos pássaros
No lugar onde costumam inclinar-se
Para o voo
Tenho medo do peso morto
Porque é um ninho desfeito
Estou ligeiramente acima do que morre
Nessa encosta onde a palavra é como pão
Um pouco na palma da mão que divide
E não separo como o silêncio em meio do que escrevo
Ando ligeiro acima do que digo
E verto o sangue para dentro das palavras
Ando um pouco acima da transfusão do poema
Ando humildemente nos arredores do verbo
Passageiro num degrau invisível sobre a terra
Nesse lugar das árvores com fruto e das árvores
No meio de incêndios
Estou um pouco no interior do que arde
Apagando-me devagar e tendo sede
Porque ando acima da força a saciar quem vive
E esmago o coração para o que desce sobre mim
E bebe
© 1998, Daniel Faria
From: Poesia
Publisher: Quasi, Vila Nova de Famalicão
From: Poesia
Publisher: Quasi, Vila Nova de Famalicão
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Gedichten van Daniel Faria
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I walk a little above the ground
Ando um pouco acima do chãoNesse lugar onde costumam ser atingidos
Os pássaros
Um pouco acima dos pássaros
No lugar onde costumam inclinar-se
Para o voo
Tenho medo do peso morto
Porque é um ninho desfeito
Estou ligeiramente acima do que morre
Nessa encosta onde a palavra é como pão
Um pouco na palma da mão que divide
E não separo como o silêncio em meio do que escrevo
Ando ligeiro acima do que digo
E verto o sangue para dentro das palavras
Ando um pouco acima da transfusão do poema
Ando humildemente nos arredores do verbo
Passageiro num degrau invisível sobre a terra
Nesse lugar das árvores com fruto e das árvores
No meio de incêndios
Estou um pouco no interior do que arde
Apagando-me devagar e tendo sede
Porque ando acima da força a saciar quem vive
E esmago o coração para o que desce sobre mim
E bebe
From: Poesia
I walk a little above the ground
I walk a little above the groundIn that place where birds
Are usually hit.
A little above the birds
In the place where they usually lean forward
To take flight
I fear dead weight
Because it is a scattered nest
I am slightly above what dies
On that slope where the word is like bread
A little in the palm of the hand that breaks it
And like the silence that attends my writing I do not separate
I walk lightly above what I say
And I pour blood into my words
I walk a little above the poem’s transfusion
I walk humbly through the word’s outskirts
A passer-by one invisible step above earth
In that place of trees with fruit and trees
Engulfed by fire
I’m a little inside what burns
Slowly dwindling and feeling thirsty
Because I walk above power to satiate whoever lives
And I squeeze my heart out for what descends on me
And drinks
© 2004, Richard Zenith
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