Gedicht
Rui Cóias
He said
He saidtraveling is being able to depart for the place
up ahead,
each place impressing us only because it suggests
the next one that will come into view.
And in the end, when we let go of everything
and hear nothing but the bells’ tolling,
the landscapes cease to exist, being no more
than our breathing set free.
“What impels us is our being able to bury
the body in another place,
since everywhere we’ve been we left our body
within sight of the place just beyond.”
I understood that, without showing any fear,
he’d discovered the world’s transparency,
he’d been helped by the hovering
faces of travelers.
And I remembered how time teaches us,
from early youth to old age,
to allow a pause in our eyes whenever beauty overwhelms,
a pause in our hands and eyes which are what tell us
the small part of us that always remains.
© Translation: 2006, Richard Zenith
He said
Dizia
que viajar é poder partir-se para o lugar
em frente,
que cada lugar só impressiona porque sugere
a visibilidade do próximo.
E que no fim, quando abandonamos tudo
e já não ouvimos senão o repique dos sinos,
as paisagens deixam de existir para não
passar do que a respiração liberta.
“O que nos conduz é podermos sepultar o
corpo noutro lugar;
porque em todos os sítios passados deixámos o corpo
à vista do lugar mais próximo.”
Percebi, sem que mostrasse algum temor,
que havia descoberto a transparência do mundo,
que fora auxiliado pela face
suspensa dos viajantes.
E lembrei-me como o tempo havia de ensinar,
desde a juventude à velhice,
que onde a beleza assola habituamo-nos a uma pausa nos
olhos, nas mãos e nos olhos que são o que nos diz do
pouco do que nos fica sempre.
que viajar é poder partir-se para o lugar
em frente,
que cada lugar só impressiona porque sugere
a visibilidade do próximo.
E que no fim, quando abandonamos tudo
e já não ouvimos senão o repique dos sinos,
as paisagens deixam de existir para não
passar do que a respiração liberta.
“O que nos conduz é podermos sepultar o
corpo noutro lugar;
porque em todos os sítios passados deixámos o corpo
à vista do lugar mais próximo.”
Percebi, sem que mostrasse algum temor,
que havia descoberto a transparência do mundo,
que fora auxiliado pela face
suspensa dos viajantes.
E lembrei-me como o tempo havia de ensinar,
desde a juventude à velhice,
que onde a beleza assola habituamo-nos a uma pausa nos
olhos, nas mãos e nos olhos que são o que nos diz do
pouco do que nos fica sempre.
© 2000, Rui Coias
From: A Função do Geógrafo
Publisher: Quasi Edições, Vila Nova de Famalicão
From: A Função do Geógrafo
Publisher: Quasi Edições, Vila Nova de Famalicão
Gedichten
Gedichten van Rui Cóias
Close
He said
Diziaque viajar é poder partir-se para o lugar
em frente,
que cada lugar só impressiona porque sugere
a visibilidade do próximo.
E que no fim, quando abandonamos tudo
e já não ouvimos senão o repique dos sinos,
as paisagens deixam de existir para não
passar do que a respiração liberta.
“O que nos conduz é podermos sepultar o
corpo noutro lugar;
porque em todos os sítios passados deixámos o corpo
à vista do lugar mais próximo.”
Percebi, sem que mostrasse algum temor,
que havia descoberto a transparência do mundo,
que fora auxiliado pela face
suspensa dos viajantes.
E lembrei-me como o tempo havia de ensinar,
desde a juventude à velhice,
que onde a beleza assola habituamo-nos a uma pausa nos
olhos, nas mãos e nos olhos que são o que nos diz do
pouco do que nos fica sempre.
From: A Função do Geógrafo
He said
He saidtraveling is being able to depart for the place
up ahead,
each place impressing us only because it suggests
the next one that will come into view.
And in the end, when we let go of everything
and hear nothing but the bells’ tolling,
the landscapes cease to exist, being no more
than our breathing set free.
“What impels us is our being able to bury
the body in another place,
since everywhere we’ve been we left our body
within sight of the place just beyond.”
I understood that, without showing any fear,
he’d discovered the world’s transparency,
he’d been helped by the hovering
faces of travelers.
And I remembered how time teaches us,
from early youth to old age,
to allow a pause in our eyes whenever beauty overwhelms,
a pause in our hands and eyes which are what tell us
the small part of us that always remains.
© 2006, Richard Zenith
Sponsors
Partners
LantarenVenster – Verhalenhuis Belvédère