Gedicht
Fernando Pessoa
I don’t know if the stars rule the world
I don’t know if the stars rule the worldOr if Tarot or playing cards
Can reveal anything.
I don’t know if the rolling of dice
Can lead to any conclusion.
But I also don’t know
If anything is attained
By living the way most people do.
Yes, I don’t know
If I should believe in this daily rising sun
Whose authenticity no one can guarantee me,
Or if it would be better (because better or more convenient)
To believe in some other sun,
One that shines even at night,
Some profound incandescence of things,
Surpassing my understanding.
For now...
(Let’s take it slow)
For now
I have an absolutely secure grip on the stair-rail,
I secure it with my hand –
This rail that doesn’t belong to me
And that I lean on as I ascend...
Yes... I ascend...
I ascend to this:
I don’t know if the stars rule the world.
© Translation: 1998, Richard Zenith
From: Fernando Pessoa & Co. – Selected Poems
Publisher: Grove Press, New York, 1998
From: Fernando Pessoa & Co. – Selected Poems
Publisher: Grove Press, New York, 1998
I don’t know if the stars rule the world
Não sei se os astros mandam neste mundo,
Nem se as cartas –
As de jogar ou as do Tarot –
Podem revelar qualquer coisa.
Não sei se deitando dados
Se chega a qualquer conclusão.
Mas também não sei
Se vivendo como o comum dos homens
Se atinge qualquer coisa.
Sim, não sei
Se hei-de acreditar neste sol de todos os dias,
Cuja autenticidade ninguém me garante,
Ou se não será melhor, por melhor ou por mais cómodo,
Acreditar em qualquer outro sol –
Outro que ilumine até de noite, –
Qualquer profundidade luminosa das coisas
De que não percebo nada…
Por enquanto…
(Vamos devagar)
Por enquanto
Tenho o corrimão da escada absolutamente seguro,
Seguro com a mão –
O corrimão que me não pertence
E apoiado ao qual ascendo…
Sim… Ascendo…
Ascendo até isto:
Não sei se os astros mandam neste mundo…
Nem se as cartas –
As de jogar ou as do Tarot –
Podem revelar qualquer coisa.
Não sei se deitando dados
Se chega a qualquer conclusão.
Mas também não sei
Se vivendo como o comum dos homens
Se atinge qualquer coisa.
Sim, não sei
Se hei-de acreditar neste sol de todos os dias,
Cuja autenticidade ninguém me garante,
Ou se não será melhor, por melhor ou por mais cómodo,
Acreditar em qualquer outro sol –
Outro que ilumine até de noite, –
Qualquer profundidade luminosa das coisas
De que não percebo nada…
Por enquanto…
(Vamos devagar)
Por enquanto
Tenho o corrimão da escada absolutamente seguro,
Seguro com a mão –
O corrimão que me não pertence
E apoiado ao qual ascendo…
Sim… Ascendo…
Ascendo até isto:
Não sei se os astros mandam neste mundo…
© 1935, Álvaro de Campos (Fernando Pessoa)
From: Poesia
Publisher: Assírio & Alvim, Lisbon
From: Poesia
Publisher: Assírio & Alvim, Lisbon
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I don’t know if the stars rule the world
Não sei se os astros mandam neste mundo,Nem se as cartas –
As de jogar ou as do Tarot –
Podem revelar qualquer coisa.
Não sei se deitando dados
Se chega a qualquer conclusão.
Mas também não sei
Se vivendo como o comum dos homens
Se atinge qualquer coisa.
Sim, não sei
Se hei-de acreditar neste sol de todos os dias,
Cuja autenticidade ninguém me garante,
Ou se não será melhor, por melhor ou por mais cómodo,
Acreditar em qualquer outro sol –
Outro que ilumine até de noite, –
Qualquer profundidade luminosa das coisas
De que não percebo nada…
Por enquanto…
(Vamos devagar)
Por enquanto
Tenho o corrimão da escada absolutamente seguro,
Seguro com a mão –
O corrimão que me não pertence
E apoiado ao qual ascendo…
Sim… Ascendo…
Ascendo até isto:
Não sei se os astros mandam neste mundo…
From: Poesia
I don’t know if the stars rule the world
I don’t know if the stars rule the worldOr if Tarot or playing cards
Can reveal anything.
I don’t know if the rolling of dice
Can lead to any conclusion.
But I also don’t know
If anything is attained
By living the way most people do.
Yes, I don’t know
If I should believe in this daily rising sun
Whose authenticity no one can guarantee me,
Or if it would be better (because better or more convenient)
To believe in some other sun,
One that shines even at night,
Some profound incandescence of things,
Surpassing my understanding.
For now...
(Let’s take it slow)
For now
I have an absolutely secure grip on the stair-rail,
I secure it with my hand –
This rail that doesn’t belong to me
And that I lean on as I ascend...
Yes... I ascend...
I ascend to this:
I don’t know if the stars rule the world.
© 1998, Richard Zenith
From: Fernando Pessoa & Co. – Selected Poems
Publisher: 1998, Grove Press, New York
From: Fernando Pessoa & Co. – Selected Poems
Publisher: 1998, Grove Press, New York
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