Gedicht
Luís Quintais
THE MAP AND THE TERRITORY
Boredom was the space where we wagedthe battle of our lives. The teacher
talked and we didn’t listen
enthralled as we were
by the time contained in our graph paper,
by our guesses and our criss-crossing shots.
Today we know (from habit or evasion)
that the metaphor is this: a blind attempt
to hit the objects floating
on the grid, battleships
that will sink, if we’re adept
at drawing and reading shapes.
Most of us, however, discover
the greater difference: the map is not reality.
Reality meanders over a vast territory
for which there is no metrics,
only a dream of metrics.
The heavy shadow covers the little truth
we manage to salvage and, moving,
destroys its legacy.
You know nothing because you remember nothing.
© Translation: 2006, Richard Zenith
O mapa e o território
O mapa e o território
O tédio era o espaço em que arriscávamosa batalha das nossas vidas. O professor
falava e nós não escutávamos
presos que estávamos
à presença de um tempo em quadrícula,
às adivinhas e arremessos cruzados.
Sabemos hoje (por hábito ou fuga)
que a metáfora é esta: cega tentativa
em acertar nos objectos que flutuam
na esquadria, vasos de guerra
que irão naufragar, assim tenhamos
êxito no desenho das formas.
A maior parte de nós descobre, porém,
a diferença maior: o mapa não é a realidade,
a esta enovela-se num largo território
para o qual não há métrica
senão, e apenas, sonho de métrica.
A densa sombra cobre a pouca verdade
que recuperamos, e móvel,
destrói o seu legado.
Nada sabes porque nada lembras.
© 2004, Luís Quintais
From: Duelo
Publisher: Edições Cotovia, Lisbon
From: Duelo
Publisher: Edições Cotovia, Lisbon
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O mapa e o território
O tédio era o espaço em que arriscávamosa batalha das nossas vidas. O professor
falava e nós não escutávamos
presos que estávamos
à presença de um tempo em quadrícula,
às adivinhas e arremessos cruzados.
Sabemos hoje (por hábito ou fuga)
que a metáfora é esta: cega tentativa
em acertar nos objectos que flutuam
na esquadria, vasos de guerra
que irão naufragar, assim tenhamos
êxito no desenho das formas.
A maior parte de nós descobre, porém,
a diferença maior: o mapa não é a realidade,
a esta enovela-se num largo território
para o qual não há métrica
senão, e apenas, sonho de métrica.
A densa sombra cobre a pouca verdade
que recuperamos, e móvel,
destrói o seu legado.
Nada sabes porque nada lembras.
From: Duelo
THE MAP AND THE TERRITORY
Boredom was the space where we wagedthe battle of our lives. The teacher
talked and we didn’t listen
enthralled as we were
by the time contained in our graph paper,
by our guesses and our criss-crossing shots.
Today we know (from habit or evasion)
that the metaphor is this: a blind attempt
to hit the objects floating
on the grid, battleships
that will sink, if we’re adept
at drawing and reading shapes.
Most of us, however, discover
the greater difference: the map is not reality.
Reality meanders over a vast territory
for which there is no metrics,
only a dream of metrics.
The heavy shadow covers the little truth
we manage to salvage and, moving,
destroys its legacy.
You know nothing because you remember nothing.
© 2006, Richard Zenith
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