Poetry International Poetry International
Gedicht

Luís Quintais

THE MAP AND THE TERRITORY

Boredom was the space where we waged
the battle of our lives. The teacher
talked and we didn’t listen
enthralled as we were
by the time contained in our graph paper,
by our guesses and our criss-crossing shots.

Today we know (from habit or evasion)
that the metaphor is this: a blind attempt
to hit the objects floating
on the grid, battleships
that will sink, if we’re adept
at drawing and reading shapes.

Most of us, however, discover
the greater difference: the map is not reality.
Reality meanders over a vast territory
for which there is no metrics,
only a dream of metrics.
The heavy shadow covers the little truth
we manage to salvage and, moving,
destroys its legacy.

You know nothing because you remember nothing.

O mapa e o território

O mapa e o território

O tédio era o espaço em que arriscávamos
a batalha das nossas vidas. O professor
falava e nós não escutávamos
presos que estávamos
à presença de um tempo em quadrícula,
às adivinhas e arremessos cruzados.

Sabemos hoje (por hábito ou fuga)
que a metáfora é esta: cega tentativa
em acertar nos objectos que flutuam
na esquadria, vasos de guerra
que irão naufragar, assim tenhamos
êxito no desenho das formas.

A maior parte de nós descobre, porém,
a diferença maior: o mapa não é a realidade,
a esta enovela-se num largo território
para o qual não há métrica
senão, e apenas, sonho de métrica.
A densa sombra cobre a pouca verdade
que recuperamos, e móvel,
destrói o seu legado.

Nada sabes porque nada lembras.
Luís  Quintais

Luís Quintais

(Portugal, 1968)

Landen

Ontdek andere dichters en gedichten uit Portugal

Gedichten Dichters

Talen

Ontdek andere dichters en gedichten in het Portugees

Gedichten Dichters
Close

O mapa e o território

O tédio era o espaço em que arriscávamos
a batalha das nossas vidas. O professor
falava e nós não escutávamos
presos que estávamos
à presença de um tempo em quadrícula,
às adivinhas e arremessos cruzados.

Sabemos hoje (por hábito ou fuga)
que a metáfora é esta: cega tentativa
em acertar nos objectos que flutuam
na esquadria, vasos de guerra
que irão naufragar, assim tenhamos
êxito no desenho das formas.

A maior parte de nós descobre, porém,
a diferença maior: o mapa não é a realidade,
a esta enovela-se num largo território
para o qual não há métrica
senão, e apenas, sonho de métrica.
A densa sombra cobre a pouca verdade
que recuperamos, e móvel,
destrói o seu legado.

Nada sabes porque nada lembras.

THE MAP AND THE TERRITORY

Boredom was the space where we waged
the battle of our lives. The teacher
talked and we didn’t listen
enthralled as we were
by the time contained in our graph paper,
by our guesses and our criss-crossing shots.

Today we know (from habit or evasion)
that the metaphor is this: a blind attempt
to hit the objects floating
on the grid, battleships
that will sink, if we’re adept
at drawing and reading shapes.

Most of us, however, discover
the greater difference: the map is not reality.
Reality meanders over a vast territory
for which there is no metrics,
only a dream of metrics.
The heavy shadow covers the little truth
we manage to salvage and, moving,
destroys its legacy.

You know nothing because you remember nothing.
Sponsors
Gemeente Rotterdam
Nederlands Letterenfonds
Stichting Van Beuningen Peterich-fonds
Prins Bernhard cultuurfonds
Lira fonds
Versopolis
J.E. Jurriaanse
Gefinancierd door de Europese Unie
Elise Mathilde Fonds
Stichting Verzameling van Wijngaarden-Boot
Veerhuis
VDM
Partners
LantarenVenster – Verhalenhuis Belvédère