Gedicht
Alexandre O’Neill
Simply Expressive
Make your verse flawed,but do it for a reason:
with flaws that aren’t mistakes,
in the fight against what’s pretty.
Seize for me those perfectly
round rhymes that are
the sweet rolls of fools
and break their necks,
as someone else demanded
that we do to eloquence.
And if there’s an Excellency
who screams “This isn’t poetry!”,
tell him that no, it isn’t –
it’s a stumbling, it’s sandpaper,
the act of sawing, crushed glass,
shredded paper or a stone roll-
ing against a stone . . .
But you can also make use
of neat, regular rhyme,
for the rule is there’s no rule
except for your own rule,
with your rhyme and rhythm,
to make it not simply pretty
but simply expressive . . .
© Translation: 1997, Richard Zenith
Bom e expressivo
Bom e expressivo
Acaba mal o teu verso,mas fá-lo com um desígnio:
é um mal que não é mal,
é lutar contra o bonito.
Vai-me a essas rimas que
tão bem desfecham e que
são o pão de ló dos tolos
e torce-lhes o pescoço,
tal como o outro pedia
se fizesse à eloquência,
e se houver um vossa excelência
que grite: – Não é poesia!,
diz-lhe que não, que não é,
que é topada, lixa três,
serração, vidro moído,
papel que se rasga ou pe-
dra que rola na pedra . . .
Mas também da rima “em cheio”
poderás tirar partido,
que a regra é não haver regra,
a não ser a de cada um,
com sua rima, seu ritmo,
não fazer bom e bonito,
mas fazer bom e expressivo . . .
© 1962, Alexandre O’Neill
From: Poesias Completas
Publisher: Assírio & Alvim, Lisbon
From: Poesias Completas
Publisher: Assírio & Alvim, Lisbon
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Gedichten van Alexandre O’Neill
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Bom e expressivo
Acaba mal o teu verso,mas fá-lo com um desígnio:
é um mal que não é mal,
é lutar contra o bonito.
Vai-me a essas rimas que
tão bem desfecham e que
são o pão de ló dos tolos
e torce-lhes o pescoço,
tal como o outro pedia
se fizesse à eloquência,
e se houver um vossa excelência
que grite: – Não é poesia!,
diz-lhe que não, que não é,
que é topada, lixa três,
serração, vidro moído,
papel que se rasga ou pe-
dra que rola na pedra . . .
Mas também da rima “em cheio”
poderás tirar partido,
que a regra é não haver regra,
a não ser a de cada um,
com sua rima, seu ritmo,
não fazer bom e bonito,
mas fazer bom e expressivo . . .
From: Poesias Completas
Simply Expressive
Make your verse flawed,but do it for a reason:
with flaws that aren’t mistakes,
in the fight against what’s pretty.
Seize for me those perfectly
round rhymes that are
the sweet rolls of fools
and break their necks,
as someone else demanded
that we do to eloquence.
And if there’s an Excellency
who screams “This isn’t poetry!”,
tell him that no, it isn’t –
it’s a stumbling, it’s sandpaper,
the act of sawing, crushed glass,
shredded paper or a stone roll-
ing against a stone . . .
But you can also make use
of neat, regular rhyme,
for the rule is there’s no rule
except for your own rule,
with your rhyme and rhythm,
to make it not simply pretty
but simply expressive . . .
© 1997, Richard Zenith
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